Vizinho legal é raro em qualquer lugar do mundo! Tenho sorte de ter tido, ao longo da vida, vizinhos maravilhosos, daqueles de quem você não só pega emprestado uma xícara de açúcar, mas que convida pra um vinho, pra um churrasco, pra bater papo. Logo que cheguei aqui pensei que seria assim também, mas tenho minhas dúvidas. A foto que você vê acima é de um bilhete que deixaram na porta da minha casa ontem. Debaixo de uma pedra enorme.
Diz algo como: “o suficiente (algo como “estamos fartos”) os latidos de seus de seus cães! E os mantenha na coleira. É a lei. Alguém vai chamar a polícia se isso não for corrigido. Seus vizinhos”. Vamos aos fatos: minhas cachorras latem quando algo diferente passa perto de onde elas estão, como qualquer outro cachorro, mas nada de extraordinário (lembrando que uma tem 8 e a outra 13 anos – são jovens senhoras!). Outro dia a Maitê soltou sim a Mauí – que é a vovó e pesa 3 quilos – sem coleira, mas nada que represente ameaça aos vizinhos, embora eu concorde que lei é lei.
A pergunta agora é: porque a ameaça e não uma conversa? Porque deixar um bilhete e não telefonar, simplesmente? Porque transformar um problema fácil de resolver num drama, numa dificuldade? Porque, em vez de ter amigos com quem contar na casa ao lado, arrumar inimigos? Sim, porque minhas filhas ficaram apavoradas e, na cabeça delas, o vizinho vai apedrejar as cachorras!!! Elas perguntam o tempo todo quem foi o autor do bilhete!
O pior é que de um lado moram duas senhoras simpáticas, sempre sorridentes, que não parecem capazes de fazer algo parecido. Do outro mora uma família, com criança pequena e um outro maltês (alguém que tem cachorro faria isso?). Enfim, não adianta tentar achar culpado. O jeito é prestar ainda mais atenção no barulho e na coleira. Porque vizinho legal é raro em qualquer lugar do mundo!