Entre todas as coisas que quero ensinar pras minhas filhas umas das principais é ensinar a perder. Ensinar a lidar com a frustração da derrota. Ensinar a lidar com a dor. E, principalmente, ensinar a lidar com a vitória do outro.

Claro que elas vão aprender com a vida. Seja perdendo um paquera para a amiga da escola. Seja perdendo uma vaga de trabalho para uma pessoa mais preparada. Seja perdendo uma competição para alguém mais talentoso.

Mas acho que o desafio é justamente ensiná-las a perder antes que aprendam com esses tombos que doem tanto. E acho que posso ensinar isso em situações do dia-a-dia. Mostrando que tudo bem perder no par ou ímpar com a irmã. Que tudo bem perder a disputa pelo lugar no balanço para o amigo. Que tudo bem perder a competição de dança na escola. Até porque tudo isso pode motivá-las para continuar lutando para, quem sabe, um dia vencer.

Tenho cada vez mais a certeza de que é meu (e do pai) o papel de mostrar para elas a vida como ela é, com direito a frustração. Desilusões. Tristezas.

Verdade sempre!

Por isso mesmo não poupo as duas de nada. Conto se alguém morreu. Se estou chateada porque me decepcionei com uma pessoa. Se tentei algo e não consegui. Porque faz parte da vida e não poderei blindar as duas pra sempre!

O que eu mais vejo ultimamente são pessoas que não sabem perder. Que não lidam bem com suas derrotas. E que sofrem muito mais por isso. Porque não sabem lidar com esse sentimento! E, cá entre nós, como é triste ver um adulto assim, né?

Na minha opinião o legal é elas entenderem que o resultado (ganhar ou perder) é importante mas, mais do que isso, o essencial é como enfrentam o processo em si, a jornada até chegar nesse ponto.