Dia desses alguém me perguntou se sinto falta de alguma coisa por morar fora do Brasil. Respondi o que sempre respondo. “Sinto falta de pessoas e não de coisas”. Mas fiquei pensando nessa frase o dia todo e acho que preciso fazer um adendo. Uma correção. Sinto falta de pessoas e de ver minhas filhas convivendo com os avós. A distância entre netos e avós me parte o coração!
Netos são filhos duas vezes
Coloco as duas falando para falar com os eles pelo FaceTime, insisto para que liguem sempre que acontece algo especial. Mando fotos quase que diariamente. Os avós piram! Mas não é a mesma coisa do que conviver no dia-a-dia com os netos. Não tem nem comparação com encontrar sempre, brincar junto.
Acho que minha maior tristeza nesse caso é porque sempre fui muito próxima dos meus avós, mesmo morando em cidades diferentes deles. A gente sempre passava as férias juntos. Nos encontrávamos nos finais de semana. Eles faziam tudo pelos netos!
As lembranças mais lindas que eu tenho da minha infância tem a ver com cada um deles. As férias no sítio de Valinhos onde a gente passava tardes na piscina ou subindo em árvores com o meu avô Joaquim e a minha avó Lorena (que graças a Deus está firme e forte aos 94 anos). Os dias no sítio de Salesópolis onde eu aprendi a fazer doce de leite e pão caseiro com minha avó Josephina. Os dias no apartamento de Santos, onde assistia meu avô Manolo fazer tapete e comia muito camarão frito. Que saudade!
Hoje, faço de tudo para que os avós participem da vida das meninas, mesmo que a distância. Talvez porque eu saiba o quanto é bom. Talvez porque me sinta culpada por ter tomado a decisão de mudar de país. Sim, acho mesmo que pode ser culpa. Mais uma!!
Mas não importa o motivo. O importante é que, se depender de mim, minhas filhas vão ter, do jeito que dá – com a ajuda da tecnologia – convivência com os avós. Claro que vai faltar o abraço, o beijo, o contato. Mas quando eles se encontram eles recuperam o tempo perdido!