O sinal na escola das minhas filhas toca as 8h15. A partir daí se inicia um dia pesado que só termina as 17h. Sim, a aula mesmo termina as 15h (as quartas as 14h). Mas, como já contei aqui, elas fazem atividades depois da aula. E eu chego para buscar as duas as 17h. Ou seja, depois de nove horas naquele ambiente. Brincando muitas vezes, rindo outras tantas. Mas aprendendo muito. E cansando corpo e mente, claro. O desafio depois de tanto esforço? Fazer lição de casa.
Desafio de gente grande
Pra piorar a quantidade de lição é insana. Além das tradicionais, feitas em papel, normal, tem as que elas tem que fazer no computador (40 minutos por dia). Uma leitura de mais 20 minutos. E uma lição semanal longa. Off! É tanta coisa que eu nem sei de quem é o desafio maior. Se é o delas por ter que fazer ou o meu por ter que cobrar.
Elas chegam exaustas. E eu também. Mas lá vou eu, não tem saída. Proponho um descanso rápido, jantar, banho e “maratona de lição”. Elas tentam de todas as maneiras adiar o combinado. Só mais cinco minutos de descanso. Só mais um desenho. Só mais uma conversa. E eu sigo firme. E tenho opção, por acaso?
Enfim, o desafio não é só delas, mas nenhuma das duas pode saber disso. Eu também me coloco a prova todos os dias. Também queria fazer algo mais divertido a três. Também queria deixar esse negócio de lição pra lá, confesso! Mas é pro bem delas, como a vacina para evitar que fiquem doentes ou o remédio para que melhorem.
De qualquer maneira, confesso: luto contra mim mesma diariamente. Nessas horas entendo quando eu, criança, reclamava da minha mãe e ela dizia: “pode ficar brava o quanto quiser. Sou sua mãe e não sua amiga”. Sou amiga na maior parte das vezes mas, na hora da lição sou só mãe. Daquelas que pegam no pé. Desculpem, meus amores.