Minhas filhas estudam na mesma escola em que eu estudei quando criança. Amo o ambiente. Amo método de ensino. Amo a estrutura. Quando chego lá parece que volto no tempo, me sinto em casa. Por isso mesmo a educação infantil é um assunto muito importante pra mim. Como escolher a escola, no novo país, talvez acho que foi um dos maiores “problemas” com o qual tive que lidar quando tomei a decisão da mudança.
Educação infantil…um dos meus dramas!
Perdi noites de sono fazendo listas do que queria na outra escola: ensino de qualidade, boa estrutura, professoras amorosas. Sempre que pensava nesse último ítem ficava com o coração na mão…todo mundo dizia que isso seria impossível, que os americanos são frios e que era pra eu me conformar. Isso eu iria perder. Era utopia pensar que numa cultura tão diferente eu ía encontrar algo parecido com o nosso calor humano. Ninguém me animava. E, mesmo assim, eu tinha esperança!
Viajei em maio para Orlando para decidir detalhes importantes, entre eles as escolas das crianças. Sim, duas escolas diferentes, já que Maitê tem 3 anos (faz 4 em janeiro) e não pode ir ao kindergarden ainda com a Nina que, em agosto (quando as aulas começarem, já que o calendário deles é diferente do nosso) terá 5 anos.
Chegando lá pesquisei com amigos que já moram há tempos na cidade. Não era bem assim. Tudo bem que não seria a mesma coisa mas, com a quantidade de brasileiros morando lá, os professores já estavam adaptados a beijos e abraços e passaram a retribuir o carinho. Ufa!
Não é fácil…
Antes da viagem decidi com meu marido que as meninas estudariam em escolas públicas (que lá são tão boas quanto as particulares). Nina já entraria esse ano e Maitê ano que vem (antes dos quatro anos o que existe lá é uma espécie de creche que custa em média 800 dólares por mês). Visitei várias instituições perto da casa que escolhemos morar (lá seu CEP determina quais escolas atendem sua região). Estava sempre de olho em tudo mas, principalmente, nas professoras. Na maneira como tratavam os pequenos. Depois da nota da escola (lá elas são qualificadas por letras com relação ao nível do ensino, sendo A a mais qualificada, B a segunda melhor e assim por diante), era fundamental pra mim o carinho.
Me surpreendi. Encontrei professoras fofas que abraçam sim os alunos. E isso contou muitos pontos na hora de escolher as escolas. Foi um alívio. Agora as preocupações são outras: lá não existe aquela fase de adaptação como no Brasil (se elas chorarem nos primeiros dias eu não poderei ajudar ou interceder), a comida oferecida, na maioria das vezes, não é muito saudável e minhas pequenas não falam quase nada de inglês (como será que vão se comunicar no início? Como vão pedir para ir ao banheiro, para tomar um copo d’água, como vão dizer que não estão se sentindo bem?). Minha cabeça dói só de pensar. Mas cada preocupação no seu tempo. Por hora fico feliz por saber que elas vão continuar sendo recebidas na classe com um sorriso e um abraço.