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Adaptação na nova escola

Ao pensar na mudança nada me preocupava mais com relação as meninas do que a adaptação na nova escola. Desde que decidimos morar aqui esse tema era um pesadelo pra mim. E continua sendo. Sei que elas vão se acostumar ao novo ambiente, as professoras, vão fazer amigos e aprender a falar inglês mas, até lá…não vai ser fácil. O começo, aliás, foi bem desanimador. E, uma semana depois, ainda não tivemos progressos.

O primeiro dia foi atípico, é verdade. Eu estava a trabalho no Brasil e elas foram com o pai para a aula. Ficaram 1h na classe e choraram tanto que o pai acabou levando as duas de volta pra casa. Me culpei por não estar presente, por ter tomado a decisão de mudar, por não poder ajudar. Mas a verdade é que minha presença mudaria pouco o cenário. A questão principal é mesmo a língua e a novidade, a ausência de colegas, o jeito diferente das professoras que, apesar de atenciosas, não são tão carinhosas quanto as brasileiras.

Enfim, logo que voltei tratei de “recuperar o tempo perdido”e fomos os quatro para a escola. Logo que entramos elas relutaram um pouco em ficar mas, alguns minutos de conversa e…bingo! Concordaram em ficar. Saí de lá pensando em como elas estariam e, pra falar a verdade, fiquei por perto, com medo que alguém da escola me telefonasse e pedisse para ir pegá-las. Nada disso aconteceu. Voltei no horário de saída mesmo e elas estavam animadas, brincando, sorrindo.

Ufa, certo? Errado! Quando o assunto é criança a gente tem que esperar pra comemorar. Hoje foi um novo drama, pior do que no primeiro dia. Nenhuma das duas queria ficar na classe, agarraram nas minhas pernas, choraram muito. A professora, assim como as do Brasil, me pedia para me despedir rápido e sair, dizendo que logo elas estariam bem, mas quem disse que eu conseguia? Deixar as coitadinhas lá, sem entender nada e ainda berrando? Meu coração de mãe não aguenta!!!

Relutei tanto em ir embora e deixá-las lá que a diretora me chamou pra conversar sobre a adaptação.  Depois de muita explicação entendi o processo todo e cheguei a conclusão de que teria mesmo que sair, mesmo com as duas chorando. Que difícil! Conversei com minhas filhas olhando no olho, dizendo o quanto  era importante enfrentar aquele momento e saí. Despedaçada. Mas saí. A diretora ficou tão preocupada comigo que 10 minutos depois me ligou para avisar que as duas já estavam ótimas, brincando (não sei se era verdade, mas aliviou a culpa!).

No horário da saída encontrei duas menininhas felizes por passarem a manhã brincando. Nem lembravam aquelas crianças assustadas que eu tinha deixado na escola de manhãzinha. Pronto. Era tudo que eu precisava para ter coragem de começar tudo de novo na segunda-feira. E na terça e na quarta…

NIna e Maitê na nova escola!

 

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